Brasil investe em biodefensivos para reduzir agrotóxicos nas lavouras

Pesquisadores de instituições brasileiras estão desenvolvendo alternativas sustentáveis ao uso de agrotóxicos nas lavouras de e , duas das principais culturas do agronegócio nacional. O projeto, batizado de DISBIO, aposta na biodiversidade marinha e vegetal para criar biodefensivos a partir de macroalgas, microrganismos marinhos e óleos essenciais.
A iniciativa é liderada pelas unidades da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) no Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI B&F) e no Instituto SENAI de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), com um investimento total de R$ 15 milhões. A proposta é desenvolver soluções biológicas capazes de combater pragas como a lagarta-do-cartucho e o percevejo-marrom, além de doenças fúngicas como a ferrugem asiática e a mancha-alvo, comuns nas lavouras brasileiras.
O uso de defensivos agrícolas sintéticos, embora ainda dominante, vem sendo questionado por seus impactos sobre a saúde humana e o . Nesse contexto, os bioinsumos — categoria que inclui biodefensivos, bioestimulantes e inoculantes — têm ganhado espaço como alternativa mais segura e sustentável.
Segundo dados do setor, o brasileiro de bioinsumos movimentou cerca de R$ 5 bilhões na safra 2023/2024, com crescimento de 15% em relação ao ano anterior. A estimativa é que esse valor possa ultrapassar R$ 17 bilhões até 2030, impulsionado pela demanda por práticas agrícolas mais sustentáveis e pela pressão de mercados internacionais.
Para os coordenadores do projeto DISBIO, o tem uma oportunidade estratégica de liderar esse movimento por meio do aproveitamento da própria biodiversidade. “O país tem um potencial extraordinário para o desenvolvimento de soluções sustentáveis, especialmente no agronegócio”, afirmou Álvaro Prata, presidente da Embrapii.
A pesquisa também conta com a participação de empresas do setor privado, como a Nitro, especializada em insumos agrícolas. Ítalo Férrer, gerente de inovação em da empresa, destaca o diferencial da abordagem usada no projeto. “O uso combinado de ativos de origem marinha e vegetal pode gerar produtos multifuncionais, com efeito defensivo e também bioestimulante.”
Outras empresas envolvidas são a Regenera Moléculas do Mar e a startup Kohua, que fornecem algas e microrganismos com potencial de ação contra pragas. Jéssica Scherer, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Regenera, chama a atenção para o uso responsável da biodiversidade marinha. “Mesmo explorando uma fração dos microrganismos disponíveis, já identificamos ativos com grande potencial.”
A pesquisadora Layssa Aline Okamura, do ISI Biomassa, coordena a iniciativa e ressalta a importância do modelo de financiamento adotado. “O apoio da Embrapii, com foco em projetos de alto risco tecnológico, é essencial para avançarmos em soluções ainda em estágio inicial.”
A fase laboratorial do projeto deve ser concluída até 2026. A expectativa dos envolvidos é que os compostos testados possam ser aplicados em larga escala nas lavouras brasileiras, oferecendo ao setor agrícola novas ferramentas para o controle de pragas e doenças, com menor impacto ambiental e potencial de ampliar a competitividade da nacional.

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